27.9.11

O meu primeiro CD



A minha paixão pela música não é surpresa para quem me conhece...


Por norma, sou a verdadeira “chata” que quando começa a falar de música não se cala e acha que todos deveriam ouvir o que gosto, o que acabei de comprar ou apenas o que que me recordei de voltar a ouvir... Quase sempre há um amigo que me diz: “Já chega Nayma, já sabemos!:)

Não o faço por mal... A música é realmente uma das vertentes artísticas que mais me move e comove. Sinceramente, não consigo imaginar um único dia da minha vida sem música! Seria uma tortura para mim e tenho a certeza de que acabaria a cantar alguma coisa sozinha.

Eu e os meus irmãos crescemos num ambiente muito musical – com influências por parte do nosso pai e mãe - e muitos foram os géneros aos quais fomos expostos. Assumo que os meus preferidos são Jazz, R&B, Clássica, Gospel, Soul, Bossa Nova, Rap & Hip-Hop e Semba. Não necessariamente nessa ordem...

Sim, oiço um pouco de tudo, quanto mais não seja para me certificar do que realmente move a minha alma e, quase sempre, são os álbuns de Jazz, Soul, Gospel e R&B que "assaltam" a minha carteira e eu não me importo.

Assim, recordo-me do ano de 1989, em Luanda. Estava em casa de uma amiga e, de repente, o pai dela (Sr. Matos) entrou na sala onde estávamos. Ele disse que “precisávamos de ouvir” um determinado disco. Esse disco era o “Tutu” do Miles Davis. Eu já conhecia o trabalho maravilhoso de Miles, mas não conhecia aquele género de Jazz. Mais moderno... Era totalmente diferente do que estava habituada a ouvir, até do próprio Miles. Fiquei completamente extasiada com todas as músicas que ouvi e, antes de me despedir, encarei o álbum com atenção para fixar a imagem da capa.

Infelizmente nessa época, não havia lojas de música em Angola e apenas pude sonhar com o álbum. Passados dois anos, estava já em Lisboa, e durante meses, guardei religiosamente o dinheiro da minha semanada e pude – finalmente - comprar o meu 1º CD: “Tutu” de Miles Davis (1986). Esse álbum é um marco muito importante do jazz moderno, sendo que Miles é considerado o seu grande impulsionador. Elegi-o como o meu primeiro a ser falado neste meu mundo virtual. A maior tristeza musical que guardo em relação a Miles Davis é apenas uma. Estava em Lisboa, quando ele deu um dos seus últimos concertos e quando fui comprar o bilhete estava já esgotado...

Ainda hoje oiço este álbum e, sempre, como se fosse "a primeira vez"! O fascínio daquele dia em Luanda em 1989 mantem-se vivo até hoje! Por isso, posso apenas despedir-me dizendo a Miles Davis: “Thanks for the music”!



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